Um pedacinho
- Renata Cantanhêde
- 15 de jul.
- 1 min de leitura
Atualizado: 4 de set.
Um pedacinho da gente vai embora quando dizem que devemos ser boas meninas.
Outro pedacinho é engolido quando chega um questionamento querendo saber: por que você não pode ser um pouco parecida com fulana?
E aquele "cale a boca" que chega reforçando que nossos sentimentos não importam? Aqui você não tem voz.
Muitos pedacinhos se perdem quando chegam mensagens de comparação, mensagens que mostram que somos inadequadas e que precisamos fazer o que nos dizem, pois nossas ideias não servem.
Você não serve junto com elas.
Rasgue-se em pedaços, deixe ir. Esses aqui podem ficar, pois se encaixam no que dizem melhor.
E acalme-se, não precisa chorar, tudo isso é bobagem! É simples, engole o choro, seja forte, corajosa, quem você está pensando que é?
O mundo é cruel, melhor apanhar de mim, porque eu te amo, do que apanhar da vida.
E apanho quando não consigo expressar o que estou sentindo, quando quero dar uma opinião em um assunto mas prefiro ficar calada para não parecer burra, quando não consigo fazer algo que eu sempre quis, quando alguém me maltrata e eu finjo que está tudo bem.
É isso que eu mereço, esse é o normal para mim, foi isso que aprendi.
Mas tem que ser assim mesmo? Um pedacinho me fez esse questionamento.
Então ele foi se juntando com outros que estavam perdidos e a integração deles foi me reconstruindo.
Abraço-me. Vejo você. No entanto, você só vai até aqui.

Comentários